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21/02/2025

A IMIGRAÇÃO ITALIANA EM JUNDIAÍ: tradições e legados no Dia Nacional do Imigrante Italiano

21 de fevereiro é o Dia Nacional do Imigrante Italiano, uma data que tem tudo a ver com Jundiaí. Os bairros da Colônia, Caxambu e Traviú são os de maior concentração de jundiaienses de origem italiana, e uma coisa não se pode negar: a história de Jundiaí está intimamente ligada à imigração desse povo. Mas você já parou para pensar por que esses imigrantes vieram para o Brasil e para Jundiaí?  

Há 138 anos, em 24/09/1887, chegavam ao Núcleo Colonial Barão de Jundiahy os primeiros 22 colonos italianos. Eles foram chegando, chegando e, em novembro, já eram 99. Desde então, o bairro cresceu e se desenvolveu, mas manteve vivas as tradições e o orgulho pela força e resiliência de seus fundadores. O núcleo foi implementado pelo então presidente da Província de São Paulo, Dr. Antônio de Queirós Telles (Conde de Parnaíba), filho do Barão de Jundiaí. O imigrante destinado ao Núcleo Colonial não passava pela Hospedaria do Imigrante na capital e contava com passagem livre nas ferrovias e abrigo no núcleo escolhido.

O Núcleo Colonial Barão de Jundiahy compreendia as terras onde hoje estão os bairros da Colônia, Caxambu e Roseira. Na Colônia, Antônio Mantovani, aos 88 anos, é um descendente orgulhoso que guarda tradições, documentos, fotos e muitas histórias de sua família. “Meu avô, Fortunato Mantovani, chegou ao núcleo em 18 de dezembro de 1888, e minha avó, Maria Polo Mantovani, em 24 de dezembro. Ele tinha 17 anos e ela, 15; eles se conheceram e se casaram aqui no Brasil”, conta, lembrando que vieram da Província de Verona, região do Vêneto, Comune Albaredo D’Adige. Ele exibe orgulhoso documentos e fotos da época, que são guardados como relíquias. 

 

Mantovani explicou que os italianos vinham e cada família recebia um lote para trabalhar na terra, além de se dedicarem à agricultura de subsistência, especialmente nas lavouras de café. “Convivi com meu avô até os 12 anos e com minha avó até os 19. Aprendi muito com eles; eram pessoas excepcionais. Todos os imigrantes eram pessoas extraordinárias, gente trabalhadora”, lembra. 

Entre as tradições mantidas até hoje, está a igreja católica do bairro, em devoção ao Sagrado Coração de Jesus, uma imagem que veio com os italianos. “Temos várias imagens na igreja que vieram da Itália, e a comunidade se uniu para criar a Festa Italiana, em 1988, em homenagem ao centenário da imigração italiana em Jundiaí. Trabalhei muito na festa, com minha esposa, Marilena, já falecida. Participei até a 25ª edição da Festa Italiana, e as receitas da festa, como o molho do macarrão, crustoli e pizza, são tradições dos nossos avós”, conta.  

Diante de tudo que viveu com sua família e das boas lembranças de conviver com os colonos italianos, Mantovani tem uma vida boa e feliz. “Jundiaí é uma boa cidade para se viver, mas viver na Colônia é melhor! Hoje, o bairro está a poucos minutos do centro da cidade e dos shoppings, tem qualidade de vida, ar puro, sem poluição. É muito bom morar aqui”, defende, listando as qualidades do bairro para quem deseja se mudar, especialmente após saber que a Construtora Santa Angela em breve irá construir no local. 

Uva Niagara Rosada: uma das belezas de Jundiaí

Mantovani também falou sobre a uva. “O clima local fez com que o cultivo da uva ganhasse força, e muitos imigrantes que chegavam à cidade já tinham conhecimento sobre o manejo das parreiras e fabricação de vinho, e muitos deles fizeram da fruta o seu sustento. Até hoje, muitas famílias no bairro do Caxambu, que fizeram parte do Núcleo Barão de Jundiahy, ainda vivem do cultivo da fruta, que é nosso símbolo”, conta.

A uva Niágara Rosada, que fez com que a cidade ganhasse o título de “Terra da Uva”, surgiu de uma mutação genética da Niágara Branca, em 1933, no bairro Traviú, outro reduto dos colonos italianos em Jundiaí.  

Para estimular os produtores, foi criada a Festa da Uva em 1934, idealizada por Antenor Soares Gandra, com o apoio da Associação Agrícola de Jundiaí e da Prefeitura. O evento foi centralizado no já extinto Mercado Municipal e marcou o município. Hoje, a festa está em sua 40ª edição e ganha ainda mais força com a 11ª Expo Vinho e os produtos de vinho da cidade.

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